Como escolher o toca-discos (ou vitrola) perfeito?

Vitrola, toca-discos, RPM… o que tudo isso significa? Tire suas dúvidas e aprenda a escolher o equipamento perfeito para sua coleção de vinis!

Se você está começando a montar sua coleção de vinis ou quer melhorar sua experiência sonora, escolher o toca-discos certo vai fazer toda diferença para que a sua experiência com o vinil seja ainda mais incrível. 

Para não ter erro, é preciso prestar atenção em diferentes componentes e características.Por isso, preparamos este guia para ajudar a você aprender o que observar de verdade para que sua vitrola/toca-discos proporcione um som limpo, fiel e agradável, sem ruídos ou frustrações.

Mas antes, vamos revisar alguns termos importantes?

Toca-discos ou vitrola?

Na prática, os dois termos costumam ser usados como sinônimos. A principal diferença está no tipo de equipamento, já que alguns modelos possuem caixa de som embutida, sendo mais práticos e acessíveis, como as vitrolas portáteis em formato de maleta; enquanto outros exigem caixas externas. 

Para quem busca qualidade de som e preservação dos discos, os modelos sem caixa embutida são os mais indicados, já que essa característica evita vibrações no braço e permite montar um sistema de áudio mais completo. 

E o RPM?

RPM são as rotações por minuto, ou seja, a velocidade com que o disco gira no toca-discos. Atualmente, o mais comum são discos que giram a 33 RPM ou 45 RPM, sendo que no início da indústria fonográfica os discos giravam a 78 RPM. O disco de 78 RPM caiu em desuso, mas teve um papel fundamental na história da música gravada.

Componentes que fazem diferença

Prato

É a base do disco, por isso, deve ser estável e bem-balanceado. Pratos feitos de alumínio ou acrílico são boas escolhas para garantir que não tenha irregularidades aqui influenciam na experiência do som.

Braço

Responsável pelo ângulo de posicionamento da agulha nos sulcos do disco. Uma vitrola de boa qualidade possui ajustes de contrapeso e antiskating no braço.

Contrapeso

Responsável por equilibrar o peso do braço da vitrola, o contrapeso, quando bem regulado, garante maior longevidade aos discos, pois reduz o desgaste dos sulcos. Por isso, sempre prefira equipamentos que ofereçam ajuste de contrapeso, um detalhe que faz toda a diferença na conservação da sua coleção.

Anti-skating 

O antiskating compensa a força centrípeta que puxa a agulha em direção ao centro do disco. Esse ajuste é essencial para manter o equilíbrio do braço, evitando que a agulha “escorregue” para dentro dos sulcos e cause pulos ou desgaste no vinil.

Cápsula

Componente capaz de transformar a agulha que percorre os sulcos do vinil em sinais elétricos, podendo ser encontradas como MM (Moving Magnet ou Ímã Móvel) e MC (Moving Coil ou Bobina Móvel).

  • Cápsulas MM: mais práticas e acessíveis, possuem sinal mais alto (dispensando pré-amplificação especial) e permitem troca de agulha com facilidade.

  • Cápsulas MC: entregam maior fidelidade e detalhamento sonoro, mas exigem pré-amplificadores específicos e possuem uma manutenção mais cara.

Agulha

É a ponta que toca o vinil e vibra com os relevos gravados nos sulcos do disco, sua forma afeta a precisão com que é feita a leitura dos padrões físicos e a qualidade sonora. Existem 5 tipos de agulha:

  • Cônica ou Esférica: Mais simples e barata, seu formato de cone lê menos informações dos sulcos.

  • Elíptica: A agulha tem formato mais alongado; entrando melhor o sulco, captando mais detalhes de agudos e graves.

  • Shibata: Primeiro tipo de agulha Line Contact, criada para decodificar discos quadrafônicos (que precisavam alcançar até 45 kHz de frequência).Garante ótima resposta nos agudos e detalhamento sonoro, mas seu som não realça detalhes soando menos equilibrado em comparação com outras agulhas Line Contact.

  • Line Contact (Fine Line, Hiper-elíptico e Stereohedron): Faz uma leitura suave dos detalhes, maximizando a área de contato vertical, minimizando o contato com as laterais.

  • MicroRidge ou MicroLine: Oferece ainda mais precisão, menor distorção e menos ruído de superfície, mas exige um ajuste milimétrico no braço do toca-discos para entregar todo seu potencial.

Por fim, dê preferência a agulhas feitas de diamante, tem mais durabilidade e mantém a fidelidade do som.

Pré-amplificador 

Serve para amplificar o sinal captado permitindo ser reproduzido em alto-falantes. Em vitrolas e toca-discos mais modernos, já vem  embutido. Se você for comprar um equipamento vintage, precisará adquirir separadamente. 

Alto-falantes

Reproduzem o som amplificado, permitindo que a música do disco de vinil seja ouvida. Podem ser embutidos - mais prático, porém com uma menor qualidade sonora - ou externos proporcionando uma melhor experiência sonora com uma qualidade mais rica de áudio.

Sistema do motor

O sistema de motor da vitrola é responsável pela precisão do movimento do disco no sistema. Existem dois tipos: direct drive e belt drive.

  • Direct drive (Tração direta): nesse sistema, o prato é controlado diretamente pelo motor da vitrola. É robusto, ideal para DJs ou para quem quer controle de velocidade e estabilidade.

  • Belt drive (Tração por correia): proporciona isolamento maior de vibração, som mais limpo, embora possa requerer manutenção da correia.

Material da vitrola

Além disso, o material do corpo do toca-discos tem relação direta na qualidade sonora:

  • Madeira: Oferece um melhor isolamento de vibrações proporcionando uma qualidade de reprodução sonora mais fiel.

  • Plástico: Vitrola mais leve e portátil, com durabilidade, mas menor isolamento de vibrações 

  • Metal: Agrega estabilidade e robustez ao equipamento, contribuindo para durabilidade e qualidade sonora.

Conheça os tipos de toca-discos

Os toca-discos podem ser compactos, facilitando o transporte e armazenamento, ou completos com todos os complementos, até mesmo a possibilidade de adição de características adicionais, promovendo uma melhor qualidade de som. Eles também podem ser:

  • Manuais: Para quem prefere uma interação mais direta com o vinil, a ação de colocar e tirar a agulha do disco é sua.

  • Automáticas: Praticidade de uma ação automatizada, braços e agulhas são movidos automaticamente com um clique no aparelho.

  • Semiautomáticas: O melhor dos dois mundos, combina a ação manual de colocar a agulha no início do disco e a automática de retornar à posição inicial ao fim da reprodução. 

Recursos modernos que valem atenção

Hoje muitos modelos de vitrolas já vêm com funções extras que fazem diferença na funcionalidade do equipamento:

Controle de velocidade

Algumas vitrolas, principalmente as mais modernas, permitem um controle de velocidade que facilita a reprodução de diferentes tipos de discos com RPM de 45 e, até mesmo, 78.

Conectividade Bluetooth

Transmissão sem fio para fones de ouvido e/ou caixinhas de som.

Entradas e saídas de áudio

Possibilita a conexão por dispositivos externos e sistemas de som mais potentes.

Preamp embutido

Dispensa a compra de um pré-amplificador externo e aperfeiçoa a qualidade de som com a amplificação do sinal de agulha.

E o design? Também importa!

Os toca-discos também possuem diferentes estilos estéticos, podendo ser retrô, mais nostálgico e clássicos para os amantes de cultura vintage, ou moderno, com uma decoração mais minimalista e futurista. 

Mas lembre-se: antes de comprar, é fundamental entender qual será o uso da vitrola para você. Assim, você pode entender suas necessidades e quais elementos são prioridade no seu equipamento!

4 perguntas que podem te ajudar a decidir

  1. Onde vou usar minha vitrola? Apenas em casa ou vou transportar para festas externas e/ou viagens?

  2. Quero turbinar meu toca-fitas com recursos como caixas de som ou preamp?

  3. Preciso de conectividade moderna (Bluetooth, USB)?

  4. Quanto quero investir agora?

Cada toca-discos conta uma história

A escolha do toca-fitas perfeito vai depender de fatores, como o seu estilo e objetivos, dê preferência a marcas e materiais de qualidade para uma experiência sonora incrível.

 


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